Tenda supera projeções, lucra forte e revisa guidance

Construtora dispara receita, bate recorde de lucro e anuncia nova distribuição de dividendos, mesmo em meio a desafios operacionais e ajustes estratégicos.


Tenda supera projeções, lucra forte e revisa guidance

O segundo trimestre de 2025 foi de forte aceleração para a Tenda (B3: TEND3), uma das maiores construtoras do segmento de habitação popular do país. Com a retomada do Minha Casa Minha Vida, condições econômicas mais favoráveis, avanços na produtividade e disciplina de custos, a companhia não só reportou resultados acima das projeções como revisou para cima suas estimativas para o ano.

Logo no início do mês, a Tenda anunciou uma atualização do guidance 2025:

  • Margem bruta ajustada do segmento Tenda agora entre 36% e 37% (antes: 34% a 36%)
  • Margem bruta ajustada do segmento Alea entre 6% e 10% (antes: 20% a 24%)
  • Vendas líquidas do segmento Tenda revisadas para R$ 4,1 bi a R$ 4,3 bi (antes: R$ 3,8 bi a R$ 4,0 bi)
  • Resultado líquido consolidado para 2025 mantido entre R$ 360 e R$ 400 milhões, excluindo ganhos de swap.

Números principais do 2T25

  • Receita líquida consolidada: R$ 991,5 milhões (+27,6% vs 2T24)
  • Lucro bruto ajustado: R$ 317,5 milhões (+38,8%)
  • Margem bruta ajustada consolidada: 32,0% (+2,6 p.p.)
  • Lucro líquido consolidado: R$ 203,9 milhões (recorde histórico, +4.430% sobre 2T24 e +138,4% sobre 1T25)
  • EBITDA ajustado: R$ 166,9 milhões (+70,2%)
  • ROE (últimos 12 meses): 37,8%
  • Dívida líquida corporativa/PL: -4,1%
  • Lançamentos: R$ 1,11 bilhão (+18,1%)
  • Vendas líquidas: R$ 1,196 bilhão (+17,4%)
  • Banco de terrenos: R$ 26,1 bilhões em VGV (+22,3% vs 2T24)
  • Dividendos intercalares: R$ 50 milhões anunciados para pagamento em dezembro, equivalente a R$ 0,4079/ação

Operação segue forte, com evolução de margens e expansão do banco de terrenos

O 2T25 mostrou a Tenda acelerando em praticamente todas as frentes:
O volume de lançamentos subiu para R$ 1,11 bilhão, com 10 empreendimentos no consolidado (9 Tenda, 1 Alea), e preço médio por unidade em R$ 216,5 mil. As vendas líquidas atingiram R$ 1,196 bilhão e a velocidade sobre oferta (VSO) se manteve robusta em 28,1%.
O banco de terrenos chegou a R$ 26,1 bilhões em VGV, refletindo a estratégia de crescimento orgânico e o reforço do landbank, fundamental para sustentar o ritmo de lançamentos nos próximos anos.

No segmento Alea, apesar dos ajustes na estratégia (concentração em menos regiões e revisão do guidance de margem bruta para patamares mais realistas), a companhia bateu recorde de vendas brutas no trimestre e continua expandindo a oferta de casas industrializadas.


Lucro e geração de valor: dividendos, rating e sustentabilidade financeira

A Tenda bateu seu recorde de lucro líquido trimestral, com R$ 203,9 milhões, levando o acumulado dos últimos 12 meses para R$ 386,8 milhões. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) alcançou 37,8%, um dos melhores do setor, refletindo eficiência operacional e rigor no controle de custos.

O caixa segue saudável, com dívida líquida corporativa negativa e rating elevado pela S&P de ‘brA-’ para ‘brA+’. Mesmo diante de um cenário ainda desafiador para geração de caixa no curto prazo, a empresa anunciou a distribuição de dividendos intercalares de R$ 50 milhões, mostrando confiança na continuidade da geração de valor para o acionista.


Eficiência, ajustes estratégicos e perspectivas

Os destaques de produtividade se mantêm:

  • Entregas de unidades dentro do prazo em 100%
  • Número total de colaboradores em alta, acompanhando o crescimento operacional
  • Custos de materiais sob controle, especialmente para aço, concreto e cobre

No Alea, a Tenda optou por consolidar operações em três regiões de São Paulo, para acelerar a maturação das “manchas” e alcançar breakeven até 2026. Embora o segmento tenha reportado margem bruta ajustada de apenas 4,5% no trimestre, a gestão considera o potencial de longo prazo relevante, já que os projetos industrializados podem ganhar escala no futuro.


A Tenda reforçou sua posição de destaque no setor de habitação popular, surfando o bom momento do Minha Casa Minha Vida, a maior disponibilidade de crédito via FGTS e o ambiente macro mais favorável. O crescimento agressivo em receita, lucro e margens, a expansão consistente do landbank e o pagamento recorrente de dividendos formam um quadro otimista para quem busca exposição ao setor, mesmo considerando os desafios no Alea e a volatilidade inerente à construção civil. O papel permanece entre as principais escolhas institucionais para o ciclo atual de moradia popular.

Deixe seu Comentário!
Liquidação Shopee