Telefônica Brasil compra fatia restante da Fibrasil por R$ 850 milhões

Acordo com grupo canadense La Caisse reforça aposta da Vivo no setor de rede neutra e amplia sua presença no mercado de fibra óptica brasileiro

Telefônica Brasil compra fatia restante da Fibrasil por R$ 850 milhões

A Telefônica Brasil (B3: VIVT3; NYSE: VIV), controladora da Vivo, anunciou nesta quarta-feira (10) a assinatura de um acordo para adquirir a participação remanescente da empresa Fibrasil Infraestrutura e Fibra Ótica S.A., fortalecendo sua presença no segmento de redes de fibra óptica no Brasil. A operação envolve a compra de 50% do capital social da Fibrasil atualmente detido pelo grupo canadense La Caisse de dépôt et placement du Québec (La Caisse) e pela Fibre Brasil Participações, por um valor de R$ 850 milhões.

Com a conclusão da transação, a Vivo passará a deter 75,01% do capital social total da Fibrasil, enquanto os 24,99% restantes continuarão sob controle da Telefónica Infra S.L. Unipersonal, braço de infraestrutura do grupo espanhol Telefónica, que também controla a operadora no Brasil.

Consolidação no mercado de rede neutra

A Fibrasil é uma das principais operadoras de rede neutra de fibra óptica do país, com operação de atacado em infraestrutura FTTH (fiber-to-the-home). Até o final de 2024, a empresa marcava presença em 151 cidades brasileiras, com 4,6 milhões de casas passadas por sua rede.

Com essa aquisição, a Vivo fortalece sua estratégia de ampliar a cobertura de internet de alta velocidade em áreas urbanas e regiões em crescimento, mantendo o foco em melhorar a experiência do cliente e impulsionar a digitalização no Brasil. A empresa afirmou que seguirá expandindo sua atuação no setor de fibra, que tem sido um dos pilares de crescimento da companhia nos últimos anos.

Detalhes da transação

Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o acordo foi firmado por meio de um Share Purchase Agreement (SPA) entre a Telefônica Brasil, a La Caisse (que anteriormente era conhecida como CDPQ) e a Fibre Brasil Participações. O valor de R$ 850 milhões será pago integralmente no fechamento da operação, em parcela única.

Caso a conclusão da transação ocorra após mais de 90 dias da assinatura do contrato, haverá a aplicação de correção monetária com base na taxa CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), proporcional ao tempo decorrido.

A negociação já foi aprovada pelo Conselho de Administração da Telefônica Brasil, mas ainda depende do aval de órgãos reguladores, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Também poderá ser submetida à Assembleia Geral de Acionistas, conforme o disposto no artigo 256 da Lei das S.A., se assim for exigido.

Grupo La Caisse se retira da Fibrasil

O grupo canadense La Caisse, um dos maiores fundos de pensão do mundo, passa a se retirar da operação da Fibrasil após cerca de três anos como sócio no projeto. A saída do investidor estrangeiro ocorre em meio a um cenário de consolidação e amadurecimento do setor de redes neutras no Brasil, que tem atraído tanto investidores institucionais quanto grandes operadoras, como a própria Vivo.

Criada em 2021, a Fibrasil nasceu como uma joint venture entre a Vivo e a Telefónica Infra, com o objetivo de acelerar a expansão da fibra óptica no Brasil por meio de uma estrutura de rede neutra — ou seja, passível de ser utilizada por múltiplos provedores. A entrada do La Caisse, na época, trouxe capital e credibilidade internacional ao projeto.

Estratégia de longo prazo da Vivo

A compra integral da Fibrasil se alinha à visão estratégica de longo prazo da Vivo de verticalizar parte da sua infraestrutura de conectividade. O movimento permite maior controle sobre a expansão da rede, maior eficiência operacional e também mais flexibilidade para estabelecer parcerias comerciais com provedores menores e empresas do setor público e privado.

Além disso, reforça a tendência de consolidação no setor de telecomunicações brasileiro, especialmente nas áreas de conectividade de alta velocidade, onde operadoras buscam ganhos de escala e qualidade.

A Vivo destacou ainda que manterá os investidores informados sobre os desdobramentos da transação, conforme previsto na Resolução CVM nº 44, que trata da divulgação de informações relevantes ao mercado.

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