Petrobras mantém ritmo de investimentos, avança na produção e anuncia R$ 8,66 bilhões em dividendos

Companhia entrega robusto fluxo de caixa, amplia produção e reforça retorno ao acionista, mesmo com pressão do Brent e aumento de despesas operacionais.


Petrobras mantém ritmo de investimentos, avança na produção e anuncia R$ 8,66 bilhões em dividendos

O segundo trimestre de 2025 confirmou a resiliência operacional da Petrobras (B3: PETR3, PETR4), que combinou aumento de produção, novos projetos em operação e disciplina financeira para manter resultados sólidos, mesmo com o cenário internacional de queda do preço do petróleo Brent e aumento de custos. O anúncio de R$ 8,66 bilhões em dividendos e JCP antecipa parte da remuneração do exercício, ratificando o compromisso de distribuir caixa ao acionista.

Principais números do 2T25

  • Receita de vendas: US$ 21,0 bilhões
  • EBITDA ajustado: US$ 9,2 bilhões
  • Lucro líquido: US$ 4,73 bilhões
  • Fluxo de caixa operacional: US$ 7,5 bilhões
  • Fluxo de caixa livre: US$ 3,4 bilhões
  • Capex: US$ 4,4 bilhões
  • Dívida líquida: US$ 58,6 bilhões
  • Produção total de óleo e LGN: 2,32 milhões de barris/dia (+5% vs 1T25)
  • Dividendos e JCP aprovados: R$ 8,66 bilhões (R$ 0,6719 por ação)

Produção cresce, eficiência avança e investimentos aceleram

O trimestre foi marcado pela entrada em operação do FPSO Alexandre de Gusmão (campo de Mero), que ampliou a capacidade de produção no pré-sal. O volume total de óleo e LGN atingiu 2,32 milhões de barris/dia, crescendo 5% sobre o trimestre anterior — o ramp-up de plataformas e a eficiência operacional compensaram parte do impacto negativo da queda de 10% no preço do Brent, que fechou o período em US$ 67,82/barril.

A Petrobras também colocou em operação novas infraestruturas de refino e avançou na ampliação da RNEST e no novo HDT da REPLAN, fortalecendo a produção de combustíveis de maior valor agregado.
Nos investimentos, o destaque ficou para o segmento de Exploração e Produção (E&P), com US$ 3,7 bilhões, focados em projetos no pré-sal da Bacia de Santos (Búzios, Mero, Jubarte). O Capex total do trimestre chegou a US$ 4,4 bilhões, +9% sobre o 1T25.


Lucro, caixa e estrutura financeira

O lucro líquido consolidado ficou em US$ 4,73 bilhões, recuando 20,8% frente ao 1T25 (efeito negativo da valorização cambial no período anterior e do Brent mais baixo), mas crescendo fortemente em relação ao prejuízo do mesmo trimestre de 2024. Sem eventos exclusivos, o lucro líquido foi de US$ 4,1 bilhões, praticamente estável contra o trimestre anterior.

O EBITDA ajustado ficou em US$ 9,2 bilhões, com margem de 44%. O fluxo de caixa operacional foi de US$ 7,5 bilhões e o fluxo de caixa livre atingiu US$ 3,4 bilhões, após pesados investimentos e pagamentos de tributos. O caixa totalizou US$ 7 bilhões ao final de junho.

A estrutura de capital se manteve robusta, mesmo com a dívida bruta subindo para US$ 68,1 bilhões (efeito das novas captações e reconhecimento do FPSO Alexandre de Gusmão). O índice de dívida líquida/EBITDA ajustado ficou em 1,53x, bem abaixo do limite definido no Plano de Negócios (US$ 75 bilhões de endividamento máximo).


Segmentos de negócio: pré-sal, refino e gás

  • Exploração & Produção: Lucro bruto de US$ 7,8 bilhões (queda de 5,6% vs 1T25, mas compensada pelo maior volume produzido). Lifting cost (custo de extração) reduziu para US$ 5,96/boe, com ganhos de eficiência principalmente no pré-sal.
  • Refino, Transporte e Comercialização: Receita de US$ 19,8 bilhões, lucro bruto de US$ 1,2 bilhão. Crescimento nas vendas de gasolina e GLP, custos controlados mesmo com alta de manutenção.
  • Gás & Energias de Baixo Carbono: Receita de US$ 2,18 bilhões, lucro bruto de US$ 1,03 bilhão (+40% vs 1T25), puxado por maior oferta nacional de gás e portfólio mais competitivo.

Dividendos e JCP: mais retorno ao acionista

O Conselho de Administração aprovou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio como antecipação da remuneração referente ao exercício de 2025.

  • Valor por ação: R$ 0,67192409 (ordinária e preferencial)
  • Datas:
    • 1ª parcela: R$ 0,33596205 por ação em 21/11/2025 (JCP)
    • 2ª parcela: R$ 0,33596204 por ação em 22/12/2025 (parte como dividendos, parte como JCP)
  • Data-base: 21 de agosto de 2025 (ações B3) e 25 de agosto (ADRs NYSE)
  • Ex-direito: a partir de 22 de agosto
  • Os valores serão descontados da remuneração final aprovada na AGO de 2026 e corrigidos pela Selic até lá.

A decisão está alinhada à política que prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre, sempre que o endividamento bruto permanecer abaixo do teto definido pelo plano estratégico.


Mesmo diante do Brent em queda e pressão nos custos, a Petrobras mantém desempenho sólido, capacidade de investir e distribuição generosa de proventos. A produção cresce com eficiência, os novos projetos seguem no cronograma e o ciclo de dividendos continua forte, reforçando a tese da estatal como uma das grandes pagadoras do setor global de energia.

O investidor atento deve observar a evolução do Brent, a agenda de descarbonização e possíveis revisões na política de dividendos a médio prazo, mas, por ora, o cenário segue favorável para quem busca caixa, resiliência e exposição ao pré-sal brasileiro.

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