Oi adia divulgação do ITR do 2T25, mas antecipa dados financeiros preliminares

Em meio ao processo de recuperação judicial, companhia apresenta números não auditados que mostram queda expressiva na receita, mas redução no prejuízo operacional.


Oi adia divulgação do ITR do 2T25, mas antecipa dados financeiros preliminares
AUVP

A Oi S.A. – Em Recuperação Judicial (B3: OIBR3) comunicou ao mercado, em 11 de agosto de 2025, que a divulgação oficial de seu Formulário de Informações Trimestrais (ITR) referente ao segundo trimestre de 2025 será adiada do dia 14 para 28 de agosto. A decisão decorre dos impactos relacionados ao pedido de aditamento do plano de recuperação judicial, aprovado por credores em abril de 2024 e homologado pela Justiça em maio do mesmo ano.

Segundo a companhia, a postergação é necessária para garantir que as informações publicadas sejam precisas, consistentes e completas, contemplando a revisão limitada dos auditores independentes.

Antecipação de resultados preliminares

Para evitar instabilidade nas expectativas do mercado diante do adiamento, a Oi decidiu antecipar indicadores financeiros-chave não auditados referentes à sua operação no Brasil. Os dados, ainda sujeitos à validação final, revelam um trimestre desafiador, mas com sinais de avanço na redução de perdas.

Principais números do 2T25 (preliminar)

  • Receita líquida: R$ 684 milhões, queda significativa em relação aos R$ 1,43 bilhão registrados no 1T25.
  • Receita líquida Nova Oi: R$ 684 milhões, contra R$ 631 milhões no trimestre anterior.
  • EBITDA de rotina: prejuízo de R$ 98 milhões, mostrando melhora frente ao resultado negativo de R$ 445 milhões no 1T25.
  • EBITDA de rotina Nova Oi: prejuízo de R$ 98 milhões, ante R$ 261 milhões negativos no 1T25.

Nota: O 2T25 foi o primeiro trimestre integralmente sem receitas de fibra e TV, segmentos que estavam presentes nos resultados anteriores, o que afeta diretamente a comparabilidade.

Contexto do plano de recuperação judicial

A Oi segue em um processo de recuperação judicial complexo e de longo prazo, envolvendo a própria companhia e subsidiárias como a Portugal Telecom International Finance B.V. e a Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.. O aditamento do plano busca ajustar as condições de pagamento aos credores e reestruturar compromissos diante do cenário operacional.

Entre os objetivos da nova fase do plano estão:

  • Redução da alavancagem financeira.
  • Ajuste do portfólio de serviços à nova realidade de mercado.
  • Foco em operações rentáveis e de menor risco.

Queda na receita e melhora operacional

O recuo expressivo na receita líquida reflete, sobretudo, a saída dos serviços de fibra e TV, que representavam importante fonte de faturamento. Por outro lado, a melhora no EBITDA de rotina indica um avanço no controle de despesas e na eficiência operacional.

Especialistas avaliam que a redução das perdas operacionais, mesmo com uma base de receita menor, pode ser vista como um passo relevante para a sobrevivência da companhia no longo prazo — embora os desafios financeiros e regulatórios permaneçam consideráveis.

Impactos para o investidor

Para o investidor, os números reforçam a necessidade de cautela. Apesar do avanço na contenção de prejuízos, o cenário de forte retração na receita e a dependência de reestruturação complexa ainda geram incertezas. A recuperação dependerá de:

  • Sucesso na execução do plano aditado.
  • Reposicionamento em mercados rentáveis.
  • Manutenção de uma base de clientes estável nas operações remanescentes.

A divulgação completa do ITR, prevista agora para 28 de agosto de 2025, trará mais detalhes sobre a saúde financeira da companhia e as perspectivas para os próximos trimestres.

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