Mineradoras de Bitcoin enfrentam processo por uso de criptografia enquanto setor aposta em novo boom com o DePIN
Enquanto mineradoras de Bitcoin são alvo de ações judiciais milionárias por suposta violação de patentes criptográficas, o mercado cripto vive uma nova corrida bilionária com o avanço das Redes de Infraestrutura Física Descentralizadas (DePIN), tendência que pode atingir US$ 3,5 trilhões até 2028.

Mineradoras na mira da justiça: criptografia como alvo
Duas das maiores empresas de mineração de Bitcoin nos Estados Unidos — a Marathon Digital e a Core Scientific — estão sendo processadas por suposta infração de patentes relacionadas à criptografia de curva elíptica (ECC), tecnologia base para o funcionamento da blockchain do Bitcoin.
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O processo foi movido pela Malikie Innovations, empresa que adquiriu mais de 32 mil patentes da antiga BlackBerry. Segundo a denúncia, as mineradoras estariam utilizando métodos criptográficos protegidos por essas patentes sem a devida autorização. A Malikie pede indenização retroativa equivalente a seis anos de lucros obtidos com mineração, o que pode representar dezenas de milhões de dólares.
O que está em jogo?
A ação tem gerado preocupação entre investidores e especialistas em direito tecnológico, por dois motivos principais:
- Precedente jurídico perigoso: se a Malikie tiver êxito, abre-se um caminho para novos processos contra outras mineradoras ou até mesmo desenvolvedores que utilizam ECC.
- Risco estrutural para o setor: advogados alertam que a instabilidade jurídica pode ameaçar a segurança da rede Bitcoin, aumentar os custos operacionais e até inviabilizar o modelo de negócio de mineração para pequenos e médios players.
Segundo especialistas, a maior parte dessas patentes já estaria expirada ou não se aplicaria diretamente ao uso do ECC na blockchain. No entanto, até que a justiça decida, o risco permanece.
Usuários de Bitcoin devem se preocupar?
A curto prazo, não. O foco da ação está nas empresas mineradoras, não nos usuários finais. Advogados também destacam que processar indivíduos seria legalmente ineficiente e pouco lucrativo. Ainda assim, a atenção do mercado está voltada para o desfecho do caso e seus efeitos sistêmicos.
Enquanto isso, o DePIN acelera rumo a US$ 3,5 trilhões
Paralelamente à insegurança jurídica no setor de mineração, o ecossistema cripto celebra a ascensão de uma nova tendência: o DePIN — sigla para Redes de Infraestrutura Física Descentralizadas (Decentralized Physical Infrastructure Networks).
De acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF) e estudos da Messari, o DePIN pode movimentar até US$ 3,5 trilhões até 2028. A proposta do modelo é revolucionar a forma como a infraestrutura digital é construída, removendo gargalos centralizados e incentivando a participação ativa dos usuários por meio de tokens.
O que é o DePIN?
O DePIN se baseia em redes que utilizam recursos físicos reais — como espaço de armazenamento, conexões de internet, poder computacional ou sensores — e os transformam em serviços descentralizados, acessíveis globalmente. Os participantes são recompensados com criptomoedas por sua contribuições, criando um modelo econômico nativo do Web3.
Projetos como Bittensor, Helium, Threefold e Uplink já demonstram casos de uso em IA descentralizada, telecomunicações peer-to-peer, computação em nuvem autônoma e redes de dados coletivos.
O crescimento do DePAI: IA descentralizada em ação
Grande parte do crescimento previsto para o DePIN virá do avanço do DePAI (Decentralized Physical AI), conceito que propõe treinar modelos de inteligência artificial a partir de tarefas cotidianas dos próprios usuários.
Ao descentralizar o processamento de dados e eliminar centros de controle, o DePAI promete modelos mais diversos, menos enviesados e resilientes a censuras ou manipulações. Isso abre portas para uma nova geração de aplicações em cidades inteligentes, carros autônomos, agricultura de precisão e logística.
Por que o DePIN importa agora?
- Os custos de infraestrutura tradicional aumentam com a demanda por dados e IA;
- Grandes players Web2 (como Google, Amazon e Microsoft) concentram servidores e controle de acesso;
- O modelo DePIN cria alternativas economicamente viáveis e socialmente distribuídas.
A Messari aponta que o número de projetos DePIN ativos já passa de 1.500, com valor de mercado entre US$ 30 e 50 bilhões. Esse número pode crescer até 100 vezes nos próximos três anos, impulsionado por uma combinação de incentivos econômicos, crescimento da IA e adoção Web3.
Um setor em transformação
De um lado, mineradoras de Bitcoin enfrentam um desafio inédito: provar que os fundamentos criptográficos utilizados há mais de uma década não infringem patentes antigas. De outro, o setor de blockchain projeta novas fronteiras com o DePIN e o DePAI, combinando recursos físicos, inteligência artificial e descentralização econômica.
A interseção entre ameaças jurídicas e inovação acelerada mostra o quanto o setor cripto segue em evolução — e como os próximos anos podem redefinir completamente o papel da infraestrutura digital no mundo.
O futuro do Bitcoin pode estar em julgamento. Mas o da Web3, cada vez mais, está sendo construído com colaboração, descentralização e inteligência coletiva.