Lucro e crescimento em 2024: Magalu reverte prejuízo e acelera expansão

A Magazine Luiza S.A. (Magalu) consolidou sua recuperação em 2024, revertendo o prejuízo do ano anterior e apresentando resultados financeiros sólidos, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador. A empresa reportou um lucro líquido ajustado de R$ 277 milhões, em contraste com o prejuízo de R$ 550,1 milhões de 2023. O desempenho foi impulsionado pelo crescimento nas vendas, avanço nas margens e uma notável redução do endividamento.

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Um ano de solidez e rentabilidade

A estratégia da Magalu (B3: MGLU3) focada na consolidação de seu ecossistema de negócios, que inclui uma rede de empresas e serviços interconectados, mostrou-se eficaz em blindar a empresa das oscilações econômicas. O faturamento total cresceu 3,6%, atingindo R$ 65,3 bilhões em 2024.

O ano foi marcado por avanços em diversos indicadores financeiros:

• Lucro líquido ajustado: R$ 277 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 550,1 milhões do ano anterior.
• EBITDA ajustado: Atingiu R$ 3 bilhões, um aumento de 39% em relação a 2023, com a margem EBITDA subindo para 7,8% (dois pontos percentuais acima do ano anterior).
• Geração de caixa operacional: A empresa gerou R$ 3,1 bilhões em caixa operacional, com uma conversão integral do EBITDA.
• Redução da dívida: A dívida bruta foi reduzida em R$ 2,8 bilhões, e a empresa encerrou o ano com R$ 3,3 bilhões em caixa líquido, um aumento de R$ 1,6 bilhão em comparação com 2023.
• Otimização do capital de giro: Um ganho de R$ 400 milhões foi obtido com a otimização do capital de giro ao longo do ano.

A melhora na rentabilidade teve um impacto direto no resultado operacional, com a margem bruta alcançando 30,6%, um aumento de 1,4 ponto percentual. O crescimento da receita com serviços, como marketplace e venda de seguros, contribuiu para esse resultado.

Fortalecimento do ecossistema e multicanalidade

O desempenho financeiro foi acompanhado de um fortalecimento de frentes estratégicas. As vendas nas lojas físicas cresceram 10%, atingindo R$ 19,2 bilhões, e 12% no critério de mesmas lojas (Same Store Sales). As lojas físicas também funcionaram como pontos logísticos para otimizar entregas, reforçando a estratégia multicanal da Companhia.

O e-commerce continuou a ser o principal canal de vendas, representando 71% do faturamento total, com mais de R$ 46 bilhões em vendas online próprias (1P) e de sellers (3P). O marketplace, em particular, cresceu 3% e atingiu R$ 18,7 bilhões em vendas. O número de sellers na plataforma ultrapassou a marca de 350 mil.

A Magalu expandiu sua rede de serviços e integrações:

• Logística (Magalog): A consolidação das operações logísticas na Magalog resultou em um nível de serviço (pontualidade e eficiência) superior a 95%, o maior da história. Aproximadamente 80% dos pedidos foram entregues em até 48 horas.
• Serviços financeiros (MagaluBank): O volume total de pagamentos (TPV) superou R$ 100 bilhões em transações, e a LuizaCred, em parceria com o Itaú Unibanco, reverteu um prejuízo de R$ 98 milhões em 2023 para um lucro líquido de R$ 295 milhões em 2024.
• Publicidade (Magalu Ads): A plataforma de publicidade digital registrou um crescimento de 103% na receita em 2024.
• Cloud (Magalu Cloud): A primeira cloud 100% brasileira fechou mais de 300 contratos com empresas externas e reduziu os custos internos de infraestrutura em até 50%.

A Magalu também selou uma parceria inédita com o AliExpress, permitindo que as duas empresas vendessem seus produtos mutuamente em seus respectivos marketplaces. A colaboração expandiu a atuação da Magalu no segmento de produtos internacionais (cross-border) e permitiu que seus produtos, como eletrodomésticos e TVs, fossem oferecidos na plataforma chinesa.

Foco na experiência do cliente

Em 2024, a Companhia lançou o projeto “Encanta Magalu” para aprimorar a experiência do cliente. O resultado foi um avanço histórico no NPS (Net Promoter Score) corporativo, que alcançou 77 pontos no quarto trimestre, um aumento de 10 pontos no ano. O NPS das lojas físicas e das vendas próprias online foi ainda maior, com 83 pontos.

A melhoria da satisfação também se deu por meio de:

• Reputação dos sellers: Cerca de 60 mil vendedores com baixa performance foram removidos da plataforma.
• Redução de prazo de estorno: O tempo para a restituição de valores foi reduzido de seis para três dias, em média.
• Novas opções de pagamento: A empresa introduziu a possibilidade de pagar com dois cartões de crédito e disponibilizou o Carnê Digital MagaluPay no e-commerce.

Sustentabilidade e responsabilidade social

A Magalu reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade, permanecendo pelo quarto ano consecutivo no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. A empresa intensificou iniciativas em diversas frentes:

• Logística reversa: A coleta e o descarte de resíduos eletroeletrônicos foram ampliados, e o volume coletado em 2024 chegou a 70 toneladas, um aumento de 300% em relação ao ano anterior. A Companhia, que possui 525 pontos de coleta em suas lojas, tem como meta atingir 1.000 toneladas recicladas até 2030.
• Energia limpa: A empresa expandiu sua rede de geração distribuída de energia, adicionando 6 novas usinas solares em cinco estados. Com um total de 23 usinas fotovoltaicas e uma pequena central hidrelétrica, a Magalu abastece 800 de suas 1.245 lojas com energia renovável. Desde 2022, 100% das operações da Companhia são abastecidas por fontes renováveis.
• Embalagens: O uso de papel colmeia reciclado substituiu os plásticos protetores nas embalagens da Época Cosméticos, eliminando o consumo de 30 toneladas de plástico no ano. Além disso, o percentual de plástico reciclado no ecossistema subiu de 19,4% para 21,4%.
• Apoio a comunidades: O Magalu e as famílias fundadoras doaram mais de R$ 3,4 milhões em 2024 para projetos sociais. A empresa também realizou doações emergenciais de mais de 5 mil itens para famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. No combate à violência contra a mulher, o “Canal da Mulher” atendeu 138 casos e a “Rede Magalu pelas Mulheres” reuniu 38 ONGs beneficiárias do Fundo Magalu.

O ano de 2024 demonstrou que o Magalu continuou a avançar em sua agenda de sustentabilidade, reforçando que a pauta ESG é indissociável da sua estratégia de negócio. O CEO Frederico Trajano ressaltou que a empresa se guia por valores próprios e não recua em seu compromisso, mantendo o princípio de que “o certo é o certo”.