Justiça de Minas restabelece leilão de quatro usinas hidrelétricas da Cemig após liminar ser derrubada
A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) restabeleceu a validade do leilão de alienação de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) da Cemig, suspenso anteriormente por liminar judicial. O episódio, que envolve a venda dos direitos de exploração das usinas Machado Mineiro, Sinceridade, Martins e Marmelos, voltou a mobilizar o setor elétrico e o mercado de capitais em maio de 2025.

Contexto da disputa judicial
O leilão das quatro PCHs foi realizado em 5 de dezembro de 2024 e arrematado pelo grupo J&F, por meio da Âmbar Hidroenergia, por R$ 52 milhões — valor que representou um ágio de 78,8% sobre o preço mínimo esperado. A formalização do contrato ocorreu em fevereiro de 2025, mas a operação foi suspensa por liminar da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, atendendo a uma ação popular que questionou a legalidade do processo.
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A ação alegou que a venda das usinas ocorreu sem a realização de referendo popular, exigência prevista pela legislação mineira para a alienação de empresas públicas de energia elétrica. Os autores da ação defendiam que o governo estadual e a Cemig avançaram com o processo de privatização sem autorização legislativa e sem consultar a população, o que poderia caracterizar desestatização.
Decisão judicial e repercussões
Em decisão publicada na noite de 22 de maio de 2025, o TJMG derrubou a liminar que suspendia o leilão. O relator, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, entendeu que a suspensão, sem comprovação de que a operação comprometeria o controle acionário da Cemig ou afetaria a prestação do serviço público, poderia causar prejuízos significativos à administração pública e à economia mineira.
A Cemig, em comunicado ao mercado, reforçou que a decisão restabelece os efeitos do leilão e que a empresa mantém seu compromisso com a transparência e a comunicação com acionistas e investidores, em conformidade com a regulamentação da CVM e da legislação vigente.
Estratégia de desinvestimento da Cemig
A venda das quatro PCHs faz parte de uma estratégia de desinvestimento da Cemig, que busca priorizar ativos de maior escala e retorno, alinhados à modernização e à expansão da matriz elétrica da companhia. Segundo a empresa, os recursos obtidos com a alienação serão reinvestidos em empreendimentos mais eficientes e em sintonia com a transição energética.
A Cemig argumentou ainda que a manutenção dessas usinas exigiria investimentos de R$ 84 milhões, além de custos operacionais anuais de R$ 2,5 milhões, justificando a necessidade de racionalização do portfólio2. As usinas envolvidas representam apenas 0,32% da capacidade de geração da companhia e, segundo a empresa, geram prejuízo anual.
Próximos passos e cenário futuro
Com a decisão do TJMG, o processo de alienação das quatro PCHs está novamente em curso, aguardando apenas o trânsito em julgado da ação popular para sua consolidação definitiva. A Cemig reiterou que continuará informando o mercado sobre os desdobramentos do caso, conforme exigido pela regulamentação.
A disputa judicial, porém, ainda pode gerar novos capítulos, já que os autores da ação popular podem recorrer da decisão. O Ministério Público também foi intimado a se manifestar no processo, o que pode ampliar o debate sobre a legalidade do processo de desestatização no estado.
Resumo do caso
Usina | Localização | Situação atual |
---|---|---|
Machado Mineiro | Águas Vermelhas (MG) | Leilão restabelecido |
Sinceridade | Manhuaçu (MG) | Leilão restabelecido |
Martins | Uberlândia (MG) | Leilão restabelecido |
Marmelos | Juiz de Fora (MG) | Leilão restabelecido |
A decisão judicial representa um alívio para a Cemig, mas mantém o setor elétrico atento aos próximos desdobramentos do processo, que pode influenciar futuras operações de desinvestimento no estado de Minas Gerais.