JBS Anuncia Recompra de BDRs e Investimentos Estratégicos nos EUA em Meio a Lucro Recorde no 2T25
O período foi marcado por um lucro líquido de US$ 528 milhões, representando um salto de 61% em comparação com o 2T24, e foi coroado com a aprovação de um plano estratégico de recompra de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e um robusto pacote de investimentos nos Estados Unidos.

A JBS N.V. (NYSE: JBS; B3: JBSS32), uma das maiores empresas de alimentos do mundo, demonstrou a resiliência e o sucesso de sua plataforma global e diversificada ao divulgar resultados recordes para o segundo trimestre de 2025 (2T25). Com uma receita líquida que superou os US$ 21 bilhões, um aumento de 8,9% em relação ao ano anterior, a companhia não apenas superou as expectativas do mercado, mas também solidificou seu caminho para o crescimento futuro.
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A performance financeira da JBS no 2T25 é um testemunho da sua capacidade de navegar em um cenário macroeconômico global desafiador, onde pressões geopolíticas e ciclos pecuários desfavoráveis em algumas de suas operações poderiam ter comprometido os resultados. No entanto, a diversificação de suas unidades de negócio foi um fator crucial para mitigar esses impactos e impulsionar o crescimento. O Ebitda ajustado consolidado da companhia totalizou US$ 1,8 bilhão, com uma sólida margem de 8,4%.
A JBS reafirmou seu compromisso com a disciplina financeira, encerrando o trimestre com uma alavancagem de 2.27x, alinhada com seus objetivos de longo prazo. A liquidez e a forte geração de caixa da JBS também permitiram a distribuição de US$ 1,2 bilhão em dividendos neste trimestre, além de financiar os novos investimentos estratégicos e o programa de recompra de BDRs, anunciados em agosto.
O Plano Estratégico de Recompra de BDRs
Em uma ação clara de maximização de valor para seus acionistas, o Conselho de Administração da JBS aprovou um plano de recompra de BDRs, com um prazo máximo de 18 meses, a partir de 18 de agosto de 2025. A empresa está autorizada a adquirir até 19.340.441 BDRs, o que corresponde a 10% dos BDRs em circulação. A compra dos BDRs será realizada na B3 a preço de mercado, sem qualquer impacto na estrutura de controle ou administração da companhia. A JBS destacou que a operação não prejudicará o cumprimento de suas obrigações financeiras ou o pagamento de dividendos obrigatórios, dada a sua sólida situação de liquidez e geração de caixa.
A recompra de BDRs, uma política recorrente da JBS, é parte de uma gestão eficiente de sua estrutura de capital, buscando gerar valor para os acionistas. Além disso, a companhia autorizou a celebração de contratos de derivativos referenciados em BDRs, demonstrando a flexibilidade e o dinamismo de sua gestão financeira.
Investimentos Estratégicos que Moldam o Futuro da JBS
A JBS não apenas celebrou um trimestre de sucesso, mas também pavimentou o caminho para o futuro com investimentos substanciais, principalmente nos Estados Unidos. A empresa anunciou a aquisição de uma unidade de produção em Ankeny, Iowa, por US$ 100 milhões. O objetivo é transformar essa fábrica na maior de bacon e linguiças da JBS nas operações americanas. O início das operações da nova unidade está previsto para meados de 2026.
Este investimento faz parte de um plano mais amplo de US$ 835 milhões em projetos estratégicos nos EUA no primeiro semestre do ano, que incluem:
- A construção de uma nova unidade de linguiças em Iowa, com um investimento de US$ 135 milhões.
- A modernização de suas unidades de carne bovina em Cactus (Texas) e Greeley (Colorado), com um aporte de US$ 200 milhões.
- A construção de uma nova fábrica de alimentos preparados de frango da Pilgrim’s Pride em Walker County, Geórgia, no valor de US$ 400 milhões.
Essas iniciativas reforçam a estratégia de longo prazo da JBS de expandir o portfólio de produtos de valor agregado e alimentos preparados para atender à crescente demanda de clientes e consumidores. Conforme afirmado por Wesley Batista Filho, CEO da JBS USA, esses projetos são cruciais para a expansão do portfólio de alimentos preparados da companhia. O CEO global, Gilberto Tomazoni, enfatizou que a JBS está bem posicionada para o crescimento futuro, impulsionada por excelência operacional, diversificação e inovação.
Desempenho Excepcional das Unidades de Negócio
A diversificação da JBS demonstrou sua eficácia no 2T25, com diferentes unidades de negócio compensando os desafios enfrentados em outras. A performance de cada uma das principais operações consolida a visão estratégica da JBS e sua capacidade de adaptação em mercados distintos.
Pilgrim’s Pride
A unidade de aves foi um destaque absoluto, alcançando o maior Ebitda da sua história, impulsionada por custos mais baixos de grãos e uma demanda resiliente nos EUA. A receita líquida da Pilgrim’s Pride em IFRS no 2T25 foi de US$ 4,8 bilhões, um aumento de 4,4% em relação ao 2T24, com um Ebitda ajustado de US$ 817,7 milhões. A margem Ebitda ficou em 17,2%. Os resultados foram impulsionados pelo fortalecimento das parcerias com clientes-chave, a expansão do portfólio de produtos de valor agregado e de marca, e ganhos de eficiência operacional.
Seara
A Seara entregou um desempenho consistente, apesar de um surto de gripe aviária no Brasil que temporariamente fechou mercados importantes e pressionou as dinâmicas de comércio. No entanto, a unidade demonstrou agilidade e disciplina comercial, alcançando um Ebitda ajustado de US$ 391,8 milhões e uma impressionante margem Ebitda de 18,1%. A receita líquida da Seara foi de US$ 2,2 bilhões. A receita de exportação em dólares diminuiu 7% em relação ao 2T24, mas a receita no mercado doméstico cresceu 11%, impulsionada por preços médios mais altos. A JBS destacou que a resposta rápida das autoridades sanitárias brasileiras, juntamente com os rígidos controles da indústria, garantiram que apenas um caso isolado fosse confirmado em uma fazenda comercial.
JBS Austrália
A unidade se beneficiou de um ciclo pecuário favorável, com crescimento de 19% na receita líquida em relação ao 2T24, totalizando US$ 2 bilhões no 2T25. O Ebitda ajustado foi de US$ 290,2 milhões, com uma margem de 14,7%. O desempenho sólido foi resultado de ganhos de eficiência operacional, redução de custos e um aumento no volume de processamento, impulsionado pela maior disponibilidade de animais. A JBS Austrália viu crescimento tanto no mercado doméstico quanto nas exportações de carne bovina.
JBS Brasil (Friboi)
A receita líquida da JBS Brasil cresceu 20% em comparação com o 2T24, atingindo US$ 3,6 bilhões no 2T25. O crescimento foi impulsionado pelo aumento nos volumes de vendas e preços mais altos, tanto no mercado doméstico quanto nas exportações. No entanto, a rentabilidade foi pressionada por um aumento de 40% no preço médio do gado vivo em comparação com o 2T24, de acordo com dados do CEPEA-ESALQ. Apesar disso, a unidade registrou um Ebitda ajustado de US$ 228,6 milhões. A diversificação geográfica foi essencial, com um aumento nas exportações para várias regiões estratégicas.
JBS Beef North America
A unidade de carne bovina na América do Norte enfrentou um dos momentos mais difíceis do ciclo pecuário, com baixa disponibilidade de animais e preços de gado vivo em níveis historicamente altos. A receita líquida cresceu 14% em relação ao 2T24, chegando a US$ 6,8 bilhões. No entanto, os altos custos do gado superaram o crescimento dos preços de atacado, resultando em um Ebitda ajustado negativo de US$ 233 milhões no 2T25. A JBS continua focada em otimizar seu portfólio de produtos e maximizar a eficiência de suas plantas para mitigar os impactos do ciclo pecuário.
JBS USA Pork
A unidade de carne suína nos EUA foi afetada por restrições comerciais de curto prazo, o que resultou em uma queda de 5% na receita líquida em comparação com o 2T24, para US$ 2,1 bilhões. A JBS, no entanto, espera que o desempenho da unidade retorne aos níveis normais nos próximos trimestres. A empresa mantém sua estratégia de expandir o portfólio de produtos de valor agregado e investiu US$ 135 milhões em uma nova fábrica de linguiças em Iowa, que terá capacidade para produzir 130 milhões de libras por ano.
A JBS encerrou o 2T25 com uma posição de caixa robusta de US$ 3 bilhões e um total de US$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativo, garantindo a solidez financeira e a capacidade de cumprir suas obrigações até 2032. A conclusão de sua dupla listagem na NYSE em junho é vista como um marco estratégico que expande o acesso a investidores globais e reforça sua posição como líder mundial em alimentos. A empresa continua confiante em sua equipe e na sua capacidade de criar valor a longo prazo para seus acionistas.