GOL fecha 2T25 com prejuízo de R$ 220 milhões, mas mantém crescimento de receita e melhora operacional
A GOL Linhas Aéreas divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2025, trazendo um retrato detalhado do desempenho financeiro e operacional em um cenário marcado por custos elevados, ajustes de frota e foco em eficiência.

Nos três meses encerrados em junho, a companhia aérea apresentou números que reforçam os desafios enfrentados pelo setor, mas também evidenciam medidas de reestruturação e movimentos estratégicos para reforçar sua posição no mercado.
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Receita e desempenho operacional
A receita líquida total da GOL (B3: GOLL54) no 2T25 alcançou R$ 4,6 bilhões, apresentando crescimento de 6% em relação ao 2T24. Esse avanço foi impulsionado pela maior demanda no mercado doméstico, especialmente em rotas corporativas e de lazer, além da recuperação gradual da demanda internacional.
A companhia transportou cerca de 7,8 milhões de passageiros, com uma taxa de ocupação média de 79%, levemente abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, refletindo ajustes de oferta em determinadas rotas.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, a receita somou R$ 9,4 bilhões, um avanço sólido frente ao 1S24, mesmo diante do aumento nos custos de operação.
Custos e despesas
Os custos operacionais da GOL no trimestre ficaram em R$ 4,7 bilhões, um aumento de 8% na comparação anual. O principal fator foi o impacto do preço do combustível de aviação, que seguiu em patamar elevado, representando cerca de 40% das despesas totais.
Além disso, a variação cambial também pesou, uma vez que boa parte dos custos da companhia é dolarizada (leasing de aeronaves, manutenção e parte do combustível).
O CASK (custo por assento-quilômetro) ajustado sem combustível apresentou estabilidade, reforçando os esforços da companhia em eficiência operacional, renegociação de contratos e digitalização de processos.
Lucro líquido e endividamento
No trimestre, a GOL reportou prejuízo líquido de R$ 220 milhões, ampliando as perdas em relação ao 2T24, quando havia registrado prejuízo de R$ 175 milhões. O resultado foi impactado pelo aumento nos custos financeiros, além da pressão cambial.
A dívida líquida da companhia encerrou o trimestre em R$ 19,8 bilhões, com uma alavancagem de 6,1x o EBITDA ajustado. Apesar do patamar elevado, a GOL destacou iniciativas para alongar prazos e reduzir o custo médio da dívida, incluindo renegociações com arrendadores de aeronaves.
EBITDA e margens
O EBITDA ajustado atingiu R$ 680 milhões, com margem de 14,7%, abaixo dos 16,2% registrados no 2T24. Esse recuo reflete principalmente o peso do combustível, embora parte tenha sido compensada pelo crescimento da receita e controle de despesas.
No semestre, o EBITDA acumulado foi de R$ 1,4 bilhão, sinalizando resiliência em meio ao ambiente de custos elevados.
Frota e ajustes estratégicos
A GOL manteve sua estratégia de modernização da frota. Ao fim de junho, a companhia possuía 145 aeronaves em operação, sendo 60 Boeing 737 MAX 8, que representam ganhos em eficiência de combustível de cerca de 15% em relação à geração anterior.
No trimestre, foram devolvidas três aeronaves mais antigas e incorporadas duas do modelo MAX, reforçando o compromisso de renovar a frota e reduzir custos de manutenção.
A expectativa é de que até o fim de 2026 a frota seja composta majoritariamente por aeronaves da família MAX.
Desempenho internacional
As rotas internacionais da GOL registraram um aumento de 12% na receita em relação ao 2T24, com destaque para voos para Argentina, Estados Unidos e Caribe. A taxa de ocupação internacional foi de 81%, impulsionada pelo turismo e retomada das viagens corporativas regionais.
Esse segmento tem sido estratégico para a companhia, que busca diversificar suas receitas e reduzir a dependência exclusiva do mercado doméstico.
Perspectivas financeiras e operacionais
A GOL reafirmou seu guidance para 2025, projetando:
- Receita líquida entre R$ 19,5 bilhões e R$ 20 bilhões no ano;
- Margem EBITDA ajustada entre 16% e 18%;
- Alavancagem financeira em queda gradual, com meta de encerrar o ano em torno de 5x EBITDA;
- Capex focado na renovação da frota e em investimentos tecnológicos para experiência do cliente.
A companhia também destacou que a demanda segue sólida no segundo semestre, especialmente nos meses de julho a setembro, tradicionalmente marcados por maior fluxo de passageiros.
ESG e iniciativas sociais
A GOL reforçou seus compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG). Entre as iniciativas, destacou:
- Uso crescente de aeronaves mais eficientes, reduzindo emissões de CO₂ por passageiro;
- Programa de compensação de carbono em determinadas rotas;
- Investimentos em diversidade e inclusão dentro da companhia;
- Projetos sociais ligados a educação e comunidades locais.
Essas medidas fazem parte da estratégia da empresa de alinhar operações às melhores práticas globais de sustentabilidade.
Impactos para investidores
Apesar do resultado líquido negativo no trimestre, o desempenho operacional da GOL demonstra avanços importantes, como crescimento da receita, maior eficiência da frota e solidez da demanda.
O desafio segue no campo financeiro, com endividamento elevado e pressão de custos, mas a companhia busca alternativas para alongar dívidas e reforçar capital.
Para investidores, os resultados apontam para uma trajetória de recuperação gradual, ainda dependente da estabilidade macroeconômica, do comportamento do câmbio e do preço do combustível de aviação.
Visão geral
O 2T25 foi mais um período de transição para a GOL. A companhia reafirma sua posição como uma das principais aéreas do Brasil, avançando na modernização da frota e no fortalecimento de rotas estratégicas, mas ainda enfrentando desafios significativos em termos de endividamento e custos.
O segundo semestre será crucial para verificar se a companhia consegue transformar a melhora operacional em ganhos líquidos mais consistentes.