
Bem-vindo ao nosso Estudo Bíblico de Mateus, onde mergulhamos profundamente nos três primeiros capítulos do primeiro livro do Novo Testamento. Neste estudo, iremos explorar as ricas narrativas e ensinamentos nestes capítulos, que detalham a linhagem de Jesus, seu nascimento milagroso, a visita dos Magos, a fuga para o Egito, e o ministério de João Batista culminando no batismo de Jesus. Cada elemento desses capítulos oferece uma visão única e profunda do caráter e da missão de Jesus, bem como do plano de Deus para a salvação da humanidade. Vamos, então, começar nossa jornada de descoberta e aprendizado neste Estudo Bíblico de Mateus.
A genealogia de Jesus é apresentada por Mateus como uma linha direta desde Abraão até Jesus, passando por David. Esta genealogia serve para estabelecer Jesus como o Messias prometido, o “filho de David, filho de Abraão”. Este é um título messiânico que mostra Jesus como a realização das promessas de Deus a Abraão e David.
Há muito que podemos aprender com esta lista de nomes. Por exemplo, a inclusão de mulheres, algo raro em genealogias daquela época, e mais ainda, mulheres como Tamar, Raabe, Rute e a esposa de Urias, todas com histórias que desafiavam as convenções. Isso mostra que Deus pode e trabalha através de todos, independentemente de seu passado ou de sua situação.
A narrativa do nascimento de Jesus em Mateus é um marco crucial na história da salvação. Ela estabelece Jesus como o Messias prometido, nascido de uma virgem, cumprindo as profecias do Antigo Testamento e demonstrando a ação sobrenatural de Deus.
A história começa com Maria, que está noiva de José, encontrando-se grávida pelo Espírito Santo. Esta concepção miraculosa é uma demonstração do poder de Deus e afirma a natureza divina de Jesus.
José, ao descobrir a gravidez de Maria, planeja despedi-la secretamente. No entanto, um anjo do Senhor aparece a José em um sonho e explica que a criança que Maria está carregando é do Espírito Santo. O anjo instrui José a não temer em aceitar Maria como sua esposa e a nomear a criança como Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados.
Esta interação mostra a fé e a obediência de José, apesar da situação incomum e potencialmente escandalosa. Ele segue a orientação do anjo, aceita Maria como sua esposa e se torna o pai adotivo de Jesus.
O nascimento de Jesus é dito como o cumprimento da profecia de Isaías 7:14: “A virgem conceberá e dará à luz um filho, e eles o chamarão pelo nome de Emanuel” (que significa “Deus conosco”). Esta profecia e seu cumprimento no nascimento de Jesus reforçam a identidade de Jesus como o Messias e a presença contínua de Deus entre seu povo.
A história da visita dos Magos, também conhecidos como os Reis Magos ou os Três Reis, é uma parte fascinante e significativa do Evangelho de Mateus. Os Magos não eram reis, mas provavelmente eruditos e astrólogos do Oriente, possivelmente da Pérsia, que estudavam as estrelas e outras ciências.
O fato de que os Magos eram gentios (não judeus) é significativo. Sua viagem para encontrar Jesus simboliza que a chegada do Messias é uma boa notícia que se estende além dos judeus para todas as nações da Terra.
Os presentes que os Magos trouxeram também têm um grande significado simbólico. Eles deram a Jesus ouro, incenso e mirra. O ouro é um presente digno de um rei, sugerindo a realeza de Jesus. O incenso, que era usado no culto a Deus, aponta para a divindade de Jesus. A mirra, um composto que era usado para embalsamar os corpos dos mortos, é vista como um presságio do sofrimento e da morte de Jesus que viriam.
Além disso, a estrela que guiou os Magos é um elemento importante da história. A estrela é vista como um sinal divino que anunciava o nascimento do Rei dos Judeus. A determinação dos Magos em seguir a estrela até encontrarem Jesus exemplifica a busca sincera e persistente que todos devem empreender para encontrar Jesus.
Após a visita dos Magos, a história continua com a fuga da Sagrada Família para o Egito. Esta é uma parte significativa da narrativa do nascimento de Jesus no Evangelho de Mateus, e traz consigo várias implicações teológicas e simbólicas.
Quando Herodes percebe que os Magos não retornaram para informá-lo sobre a localização de Jesus, ele ordena o massacre de todos os meninos de dois anos ou menos em Belém e seus arredores. No entanto, antes que isso aconteça, José é advertido em um sonho por um anjo do Senhor para fugir para o Egito com Maria e o menino Jesus.
A fuga para o Egito cumpre uma profecia do Antigo Testamento de Oséias 11:1: “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho”. Mateus cita esta profecia para enfatizar que Jesus é o verdadeiro Israel, que recapitula e cumpre a história de Israel em sua própria vida.
Outra profecia é cumprida quando Herodes morre e a Sagrada Família retorna do Egito. Eles se estabelecem em Nazaré, uma cidade da Galileia, cumprindo a profecia de que o Messias seria chamado de Nazareno.
A fuga para o Egito destaca a soberania e a providência de Deus na proteção de Jesus. Também serve como uma lembrança do êxodo de Israel do Egito, ligando Jesus à história de salvação de Israel e reforçando seu papel como o cumpridor final da vontade e do plano de Deus.
João Batista desempenha um papel fundamental na narrativa do Evangelho de Mateus, servindo como o precursor de Jesus Cristo. Ele é um personagem fascinante, conhecido por sua vida austera no deserto e por sua mensagem poderosa de arrependimento.
O ministério de João Batista serve como uma ponte entre o Antigo e o Novo Testamento. Ele é considerado o último dos profetas do Antigo Testamento, mas sua pregação do batismo de arrependimento e a vinda do Reino dos Céus marca o início da era do Novo Testamento.
João Batista prega no deserto da Judeia, um local que tem grande significado na tradição judaica como um lugar de reflexão, purificação e encontro com Deus. Sua mensagem de arrependimento é direta e urgente, chamando as pessoas a se prepararem para a vinda do Messias, fazendo um chamado à mudança de vida e ao arrependimento dos pecados.
João também é conhecido por batizar as pessoas no rio Jordão. O batismo é um sinal de purificação e renovação, um simbolismo de morrer para o velho eu pecaminoso e renascer para uma nova vida em Deus.
No entanto, João deixa claro que seu batismo é apenas o começo. Ele antecipa a vinda de alguém – Jesus – que é mais poderoso do que ele e que batizará as pessoas com o Espírito Santo e com fogo. Este é um prenúncio do ministério de Jesus, que trará uma nova dimensão ao batismo – o batismo no Espírito Santo – e que inaugurará o Reino dos Céus.
Jesus, embora sem pecado, se submete ao batismo de João. Isso serve para identificar Jesus com a humanidade pecadora que ele veio salvar e para dar um exemplo de obediência à vontade de Deus. Quando Jesus é batizado, os céus se abrem, o Espírito Santo desce sobre ele na forma de uma pomba e a voz de Deus proclama Jesus como seu Filho amado.
Este é um momento de revelação trinitária, onde vemos o Pai, o Filho e o Espírito Santo presentes. Também é um momento de afirmação divina do ministério de Jesus. A declaração de Deus confirma Jesus como o Messias, o Servo Sofredor, que cumprirá a vontade de Deus.
Estes três capítulos iniciais de Mateus apresentam um retrato vívido de quem é Jesus – o Messias prometido, o cumpridor das profecias do Antigo Testamento, o Filho amado de Deus. Através de cada evento e cada pessoa, vemos a mão de Deus guiando e cumprindo Seu plano de salvação.