Copel conclui descruzamento de ativos com Eletrobras e fortalece estratégia de portfólio

Troca de participações, pagamento de R$ 365 milhões e reorganização do portfólio reforçam a estratégia de valorização da companhia paranaense

A Copel (CPLE3, CPLE5, CPLE6) concluiu uma das movimentações mais relevantes de seu planejamento estratégico recente. Em fato relevante divulgado no dia 30 de maio de 2025, a companhia informou o encerramento da operação de descruzamento de ativos com a Eletrobras, resultando na consolidação total da Usina Hidrelétrica Mauá e da transmissora Mata de Santa Genebra, além da transferência integral da Usina Hidrelétrica Colíder para a Eletrobras.

Essa reestruturação acontece em linha com o plano da companhia de otimizar seu portfólio, reduzir riscos operacionais e gerar maior valor aos seus acionistas. A operação também envolveu um desembolso final de R$ 196,6 milhões, totalizando os R$ 365 milhões estipulados originalmente no contrato.


O que mudou com o descruzamento?

Copel conclui descruzamento de ativos com Eletrobras

A reestruturação firmada entre a Copel Geração e Transmissão (Copel GeT) e a Eletrobras (e sua subsidiária CGT Eletrosul) teve início formal no dia 12 de dezembro de 2024 e foi concluída após o cumprimento de todas as condições contratuais.

📌 Copel assume controle total dos seguintes ativos:

  • Usina Hidrelétrica Mauá: detinha 51%, agora possui 100% do ativo (os 49% da Eletrobras foram adquiridos).
  • Transmissora Mata de Santa Genebra (MSG): detinha 50,1%, agora também passa a deter 100%.

🚫 Copel transfere integralmente à Eletrobras:

  • Usina Hidrelétrica Colíder: ativo antes detido em 100% pela Copel, agora totalmente sob controle da Eletrobras.

💰 Pagamento adicional:

  • O valor de R$ 196,6 milhões pago agora corresponde aos ajustes finais previstos no contrato, incluindo geração de caixa e dividendos até o fechamento. Com isso, o total atinge os R$ 365 milhões originalmente acordados.

Benefícios estratégicos para a Copel

A Copel deixa claro que essa movimentação se alinha ao seu processo contínuo de reciclagem de ativos. O foco é simples: reduzir a complexidade operacional, melhorar a eficiência administrativa e fortalecer a geração de valor.

Entre os ganhos esperados com a operação:

  • Simplificação da estrutura societária: os ativos de Mauá e MSG, antes compartilhados com a Eletrobras, agora integram integralmente os resultados da companhia.
  • Melhoria na gestão operacional e controle financeiro sobre ativos relevantes.
  • Aproveitamento de crédito fiscal: com a saída da UHE Colíder, será possível compensar cerca de R$ 170 milhões em prejuízos fiscais decorrentes de impairment já registrado no balanço da empresa.

A lógica por trás da escolha dos ativos

A troca não foi feita ao acaso. A Usina de Mauá, com capacidade instalada de 361 MW, representa um ativo de geração com alta previsibilidade e já plenamente integrado à operação da Copel. A MSG, por sua vez, possui linhas e subestações de transmissão que reforçam a malha estratégica da companhia no Sul do país.

Já a UHE Colíder, apesar de moderna, vinha gerando desafios operacionais e perdas contábeis desde sua inauguração, incluindo impairments que prejudicavam o desempenho consolidado da empresa. Sua alienação permite à Copel encerrar essas amarras contábeis e direcionar foco a ativos com melhor retorno e controle.


Estrutura da negociação e governança

A operação foi articulada com assessoria do BTG Pactual (assessor financeiro) e do escritório Stocche Forbes Advogados (assessor jurídico). O modelo seguiu práticas comuns no setor elétrico: cada parte recebeu ativos que já operava ou detinha participação significativa, o que facilitou a estruturação e reduziu os riscos da transação.

A base da operação foi fixada em 31 de dezembro de 2023, incluindo caixa, endividamento e eventuais ajustes de preço conforme a movimentação dos ativos até o fechamento.


Impactos esperados no balanço e nas ações

A conclusão da operação permitirá à Copel GeT consolidar integralmente os resultados dos ativos adquiridos, impactando positivamente as receitas e a margem operacional. Além disso, o encerramento da exposição à Colíder elimina perdas potenciais e riscos associados.

No mercado, a expectativa é que o movimento seja bem interpretado por analistas e investidores, visto que reforça uma postura ativa da gestão em favor da rentabilidade e do retorno aos acionistas. Embora envolva um desembolso expressivo em caixa, o racional estratégico e a qualidade dos ativos adquiridos sustentam a percepção de que a operação é benéfica no médio e longo prazo.


Contexto estratégico da Copel

A Copel vive um novo momento desde sua capitalização recente e do aumento da participação privada no controle da companhia. Essa nova estrutura societária tem favorecido decisões mais ágeis, foco em resultados e um plano claro de transformação e reposicionamento no setor elétrico nacional.

Além do fortalecimento em geração e transmissão, a companhia tem investido em digitalização, ESG, eficiência energética e crescimento sustentável — pilares que devem orientar seus próximos movimentos estratégicos.

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