Casas Bahia anuncia uma mega transformação para cortar dívida e fortalecer caixa
Grupo lança plano que reduz dívida em R$ 1,6 bi, muda controle acionário, amplia capital e garante economia milionária, com foco total em flexibilidade para crescer e recuperar mercado.
A Casas Bahia (B3: BHIA3) comunicou ao mercado, em 5 de agosto de 2025, a proposta mais abrangente de transformação financeira de sua história. O plano de reestruturação, fruto de meses de negociação com credores e debenturistas, mira atacar de frente o problema do endividamento, liberar caixa para a operação e abrir caminho para um novo ciclo de investimentos e crescimento sustentável.
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Por dentro da megatransformação: o que está sendo proposto
O plano se desdobra em três grandes eixos:
1. Conversão antecipada das debêntures da 2ª série
A empresa propõe antecipar, de outubro para junho de 2025, o início da janela de conversão das debêntures da 2ª série em ações ordinárias. Caso todos os debenturistas optem pela conversão, serão emitidas 328.953.111 novas ações, equivalentes a 77,6% do capital social da companhia, diluindo a participação dos acionistas atuais para cerca de 22,4%.
- Preço de conversão: 80% do VWAP dos últimos 90 pregões antes do exercício.
- Lock-up: As novas ações estarão bloqueadas para venda em etapas ao longo de 16 meses, liberando percentuais progressivamente a cada trimestre.
2. Reperfilamento das debêntures da 1ª série
O pagamento do principal das debêntures da 1ª série, que se iniciaria em novembro de 2026, será postergado para novembro de 2027, com pagamentos em parcelas (20% em 2027, 25% em 2028 e o saldo remanescente em 2029). Os juros também terão vencimento postergado para novembro de 2027.
- Ganho de caixa: A companhia estima liberar cerca de R$ 400 milhões em caixa nos próximos dois anos, aumentando sua flexibilidade operacional.
3. Flexibilização do uso do caixa (cash sweep)
Durante 12 meses após a implementação do plano, a Casas Bahia ficará autorizada, mediante aprovação dos debenturistas, a realizar eventos de liquidez sem a obrigação de usar os recursos imediatamente para amortizar dívida, até o limite de R$ 500 milhões.
Impactos e benefícios: novo patamar para o grupo
Com a implementação da reestruturação, a companhia prevê mudanças profundas em seus indicadores:
- Endividamento bruto: Redução imediata de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, pela conversão integral das debêntures da 2ª série em ações.
- Dívida líquida: Queda de R$ 3,37 bilhões para R$ 1,81 bilhão (dados pró-forma), uma redução de 46%.
- Alavancagem: Diminuição de 1,6x para 0,8x a relação Dívida Líquida/EBITDA, fortalecendo o perfil de crédito.
- Patrimônio líquido: Salto de R$ 2,1 bilhões para R$ 3,7 bilhões, com aumento significativo da capacidade de negociação e menor risco de liquidez.
- Economia anual: Projeção de R$ 230 milhões por ano em despesas financeiras.
- Geração adicional de caixa: Estimada em R$ 400 milhões em 24 meses, só com o reperfilamento da 1ª série.
A companhia destaca que, se todos os debenturistas optarem pela conversão, os atuais acionistas passarão a deter apenas 22% do capital social. Essa diluição, porém, é contrapartida para o ganho de fôlego financeiro e redução de risco.
Novo perfil acionário e cronograma de liberação das ações
A conversão antecipada altera profundamente a estrutura de controle da Casas Bahia:
- Distribuição acionária pós-conversão: 78% dos papéis nas mãos dos debenturistas da 2ª série e 22% com os atuais acionistas.
- Lock-up: O cronograma de liberação das ações é progressivo:
- 10% já no trimestre da conversão
- 15% após 3 meses
- 15% após 6 meses
- 20% após 9 meses
- 30% após 12 meses
- 10% após 16 meses
Esse modelo visa evitar grandes pressões de venda imediata, dando estabilidade ao novo quadro societário.
Razões para a proposta e justificativas estratégicas
A administração reforça que o plano surge diante do ambiente macroeconômico ainda desafiador, marcado por restrições de crédito e incerteza no consumo. Com a reestruturação, a companhia:
- Garante robustez de capital para negociar com bancos, fornecedores e parceiros, reduzindo risco de liquidez.
- Aumenta sua capacidade de captar recursos, financiar operações e investir em novas frentes de crescimento, inclusive transformação digital e modernização de lojas.
- Ganha fôlego para enfrentar os desafios do varejo e reposicionar a marca no mercado.
O plano também prevê a possibilidade de flexibilizar o uso de caixa oriundo de desinvestimentos, permitindo respostas rápidas a oportunidades estratégicas.
Processo de aprovação e próximos passos
O plano depende de aprovação formal em assembleia dos debenturistas e dos órgãos de administração da companhia. Caso haja sucesso, a expectativa é de conclusão em até dois meses, com impactos imediatos sobre os indicadores financeiros já no terceiro trimestre de 2025.
A empresa destacou que os acionistas serão informados de todos os desdobramentos, reforçando seu compromisso com transparência e governança.
A transformação da estrutura de capital da Casas Bahia marca um divisor de águas para o grupo, que busca virar a página da crise, fortalecer a posição financeira e abrir espaço para uma nova fase de crescimento e competitividade no varejo brasileiro.