Bmg mantém rating internacional e vê perspectiva positiva no Brasil, aponta Fitch
Agência destaca melhora na rentabilidade, controle de custos e plano de capitalização como fatores-chave para possível upgrade nos próximos 24 meses.

O Banco Bmg (B3: BMGB4) recebeu nova avaliação da Fitch Ratings, que reafirmou seu Issuer Default Rating (IDR) de longo prazo em moeda estrangeira e local em ‘BB-’, com perspectiva estável, e manteve o Rating Nacional de Longo Prazo em ‘A(bra)’, elevando a perspectiva de estável para positiva.
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Segundo a agência, essa mudança reflete um fortalecimento do perfil financeiro da instituição, com ganhos consistentes de rentabilidade e um plano crível para recompor o capital, que, se mantidos nos próximos 12 a 24 meses, podem levar a um upgrade no rating nacional.
O que sustenta a avaliação da Fitch
A Fitch ressalta que o Bmg é um player relevante no mercado de crédito consignado no Brasil, com originação robusta e foco em crédito garantido, o que sustenta a qualidade dos ativos e dá flexibilidade de balanço. Além disso, a instituição mantém liquidez elevada, com um colchão expressivo de ativos líquidos.
No entanto, a agência também aponta restrições estruturais, como capitalização modesta e peso relevante de ativos fiscais diferidos — cerca de R$ 500 milhões — que dependem de lucros futuros para serem realizados.
Indicadores financeiros e evolução recente
O banco vem registrando ganhos estruturais de rentabilidade. No 1T25, o retorno sobre o patrimônio (ROE) atingiu 12,1%, enquanto o lucro operacional sobre ativos ponderados pelo risco chegou a 1,5% — contra uma média de apenas 0,5% entre 2021 e 2024.
Esses resultados decorrem de uma reposição estratégica de portfólio nos últimos anos, incluindo venda ou encerramento de operações menos rentáveis, foco maior em eficiência e aumento da oferta de produtos de maior margem. Entre as iniciativas destacadas pela Fitch estão:
- Maior penetração de produtos com cobrança de tarifas;
- Venda de ativos de menor retorno, como a operação de consignado nos EUA;
- Gestão disciplinada do custo de captação.
A agência, no entanto, alerta que custos com litígios civis no consignado ainda pesam nos resultados, embora o Bmg esteja reforçando a formalização das originações para reduzir futuras ocorrências.
Capital e regulamentação
O índice de capital principal (CET1) encerrou o 1T25 em 8,7%, e o índice de Basileia em 12,7%. Apesar da estabilidade recente, esses patamares ainda são considerados modestos e limitam a capacidade de crescimento orgânico.
A Fitch projeta que a implementação da Resolução 4.966 (IFRS 9) ao longo de três anos deverá impactar o capital regulatório em cerca de 100 pontos-base por ano. Ainda assim, a agência considera credível o plano de capitalização do banco, que inclui:
- Aportes de capital de acionistas;
- Renovação das operações de cessão de crédito;
- Monetização acelerada de créditos tributários.
Liquidez e diversificação de funding
A instituição encerrou o 1T25 com R$ 2,7 bilhões em caixa e um índice de cobertura de liquidez (LCR) de 274,5%, bem acima do mínimo regulatório.
O Bmg também diversificou sua base de captação, com maior acesso a mercados institucionais e de capitais, incluindo emissões de dívida sênior e debêntures lastreadas em consignado, a custos mais competitivos.
Perspectivas e sensibilidade do rating
Para a Fitch, a perspectiva positiva no rating nacional reflete a visão de que, se o banco sustentar a tendência de rentabilidade e reforço de capital, poderá alcançar patamares próximos aos de pares mais bem avaliados.
Um eventual upgrade poderá ocorrer caso o Bmg:
- Sustente lucro operacional sobre RWA próximo de 2%;
- Aumente o CET1 para próximo de 10%;
- Mantenha crescimento de capital interno e melhora consistente na rentabilidade.
Por outro lado, uma deterioração significativa na qualidade de ativos ou queda do CET1 abaixo de 8% poderia pressionar negativamente a nota.
Olhar de mercado
Para investidores, a leitura do relatório da Fitch indica que o Bmg está em trajetória de recuperação de indicadores-chave, apoiado por um modelo de negócio sólido no consignado e maior disciplina operacional. O desafio segue na capitalização e na redução de custos extraordinários, mas a evolução recente e a perspectiva positiva no rating nacional reforçam que o banco está construindo um perfil de risco mais competitivo no mercado financeiro brasileiro.