B3 desacelera em derivativos, mas criptoativos e renda variável ganham tração em junho

A B3, operadora da bolsa de valores brasileira, divulgou nesta segunda-feira (15) seus destaques operacionais referentes ao mês de junho de 2025. O desempenho dos mercados teve oscilações importantes, com queda nos derivativos tradicionais, crescimento expressivo nos contratos futuros de criptoativos e avanço consistente no volume financeiro da renda variável.

B3 desacelera em derivativos, mas criptoativos e renda variável ganham tração em junho

Queda nos derivativos tradicionais, mas cripto dispara

O volume médio diário negociado em derivativos caiu 6,0% em comparação com junho de 2024, totalizando 11.533 mil contratos por dia. A maior pressão veio das operações com derivativos de índices (-24,8%) e de taxas de juros em reais (-16,6%). Também houve retração nas taxas de câmbio (-16,5%) e nas taxas de juros em dólares (-18,4%).

Na contramão dessa tendência, os contratos futuros de criptoativos — como o Bitcoin — foram o destaque do mês: crescimento de impressionantes 223,6% no comparativo anual, saltando de 667 mil para 2.158 mil contratos/dia. No entanto, em relação a maio, houve recuo de 17,3%, indicando possível realização de lucros após o forte movimento.

A receita por contrato (RPC) média dos futuros de criptoativos também subiu fortemente na comparação anual (+95,1%), passando de R$ 0,128 para R$ 0,250. Mesmo com queda em relação a maio, o segmento mantém margens relevantes.

Ações ganham fôlego com giro acima de R$ 25 bilhões

No mercado de renda variável, o volume financeiro médio diário negociado cresceu 5,8% em relação a junho de 2024, atingindo R$ 25,36 bilhões. O desempenho foi puxado principalmente pelo mercado à vista, que avançou 6,4%. Já os mercados a termo e de futuros de ações sofreram uma retração significativa de 34,1%.

Apesar da leve queda frente a maio, o volume continua robusto, reforçando a liquidez da bolsa brasileira. A capitalização média de mercado das companhias listadas atingiu R$ 4,55 trilhões, alta de 6,7% na base anual.

Outro dado relevante é o número de CPFs cadastrados na depositária da B3: já são 5,36 milhões de investidores individuais, crescimento de 4,9% em 12 meses.

Mercado de crédito e renda fixa mostra resiliência

O mercado de renda fixa também teve desempenho positivo. As novas emissões somaram R$ 1,73 bilhão, avanço de 16,0% em relação a junho do ano passado. O estoque total subiu 22,6%, alcançando R$ 8,28 bilhões.

O Tesouro Direto, segmento voltado ao investidor pessoa física, também cresceu: o estoque de títulos públicos chegou a R$ 170 bilhões, aumento de 24,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Na área de empréstimo de ativos, o valor em contratos em aberto avançou 26%, somando R$ 156 bilhões. Contudo, a taxa média anual do doador caiu 10 pontos-base, refletindo menor rentabilidade nesse segmento.

Dados de veículos e tecnologia apresentam sinais mistos

No setor de soluções analíticas ligadas a veículos financiados, a B3 reportou queda de 4,1% no número total de veículos, além de recuo na penetração do crédito — que passou de 34,5% para 30,3%. O cenário pode refletir o desaquecimento no setor automotivo ou maior seletividade do crédito.

Em tecnologia e plataformas, houve crescimento de 4,6% no número de participantes no balcão, e o estoque em fundos administrados pelas plataformas da B3 avançou 17,2%, somando R$ 4,97 bilhões.


A divulgação reforça o dinamismo e a diversidade dos produtos da B3, que mesmo em um ambiente misto — com volatilidade nos derivativos tradicionais — mostra resiliência em renda fixa e forte expansão nos criptoativos. A empresa segue como termômetro da movimentação dos mercados financeiros no Brasil.

📎 Fonte: B3 – Comunicado ao Mercado, Destaques Operacionais de Junho/2025

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