Magalu volta a crescer nas lojas físicas e dispara geração de caixa
Resultado do trimestre mostra avanço do ecossistema, geração de caixa robusta e ganho de eficiência, com vendas físicas superando o e-commerce tradicional.

O segundo trimestre de 2025 foi marcado por uma inflexão estratégica do Magazine Luiza (MGLU3), uma das gigantes do varejo nacional, que voltou a privilegiar o crescimento sustentável e a disciplina operacional. Em meio a um cenário macroeconômico ainda desafiador, a companhia entregou EBITDA ajustado de R$ 727 milhões e uma margem de 8,0%, apoiada no controle de despesas, avanço das lojas físicas e excelente performance da Luizacred. Apesar disso, o lucro líquido ajustado ficou em apenas R$ 1,8 milhão, reflexo de provisões adicionais e efeito do custo financeiro elevado, já que o resultado líquido contábil foi negativo em R$ 24,4 milhões.
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Físico lidera e-commerce e marca nova fase do Magalu
No 2T25, as vendas totais do Magalu atingiram R$ 15,3 bilhões, com destaque para as lojas físicas, que alcançaram R$ 4,7 bilhões — crescimento de 3% sobre o ano anterior e 3,5% em mesmas lojas. O e-commerce (1P + 3P) somou R$ 10,6 bilhões, mas teve queda de 2,1% frente ao 2T24, com leve alta de 0,8% nas vendas de estoque próprio (1P) e recuo de 6,4% no marketplace (3P). A participação das vendas digitais seguiu relevante, representando 69,3% do total.
A companhia mantém 1.245 lojas, sendo 230 virtuais, e apostou no fortalecimento do omnichannel para alavancar a experiência do cliente. O impacto das enchentes no Rio Grande do Sul foi notado: ao desconsiderar o efeito base, o crescimento das lojas físicas seria de 5,2%, evidenciando uma recuperação consistente do canal.
Margens, caixa e eficiência operacional
O Magalu mostrou disciplina: margem bruta de 30,5%, com leve queda de 0,4 p.p. devido ao sucesso das campanhas de liquidação. O controle das despesas foi destaque — despesas operacionais ajustadas representaram 23,1% da receita líquida, melhora de 0,3 p.p. O caixa operacional surpreendeu, com R$ 597 milhões gerados no trimestre e R$ 2,6 bilhões nos últimos 12 meses, sustentados por eficiência no giro de estoques e monetização de créditos fiscais.
A companhia encerrou junho com R$ 8,0 bilhões em caixa total e posição de caixa líquido ajustado de R$ 1,8 bilhão, após captações estratégicas: emissão de debêntures (R$ 1 bi), financiamento com a IFC (US$ 130 mi) e BID Invest (US$ 50 mi), todos com alongamento do perfil da dívida para cinco anos e carência relevante.
Ecossistema Magalu: logística, financeiro e inovação ganham tração
O Magalog se consolidou como braço logístico de referência, alcançando 90 clientes externos em menos de um ano e recebendo o Selo RA1000, o que ampliou densidade, reduziu custos e aumentou a eficiência do fulfillment — agora responsável por 27% dos pedidos do marketplace. O número de sellers atendidos cresceu 32%.
No braço financeiro, o MagaluPay processou R$ 24,6 bilhões em transações no 2T25. A Luizacred reportou lucro líquido de R$ 102 milhões e ROE anualizado de 19,5%, com 6 milhões de cartões ativos e carteira de crédito de R$ 19,9 bilhões, além de queda na inadimplência.
O MagaluAds registrou crescimento de 66% nas receitas, refletindo a monetização da audiência em múltiplas plataformas (Magalu, Netshoes, Época Cosméticos, KaBuM!). Novos formatos de anúncios em vídeo e métricas de performance impulsionaram a evolução.
Já a Magalu Cloud superou mil clientes externos e responde por cerca de 40% da demanda interna do grupo, trazendo eficiência e sinalizando potencial de nova avenida de resultados.
Investimentos, capital e inovação física
No 2T25, os investimentos somaram R$ 206 milhões, sendo 74% destinados a tecnologia. O restante foi alocado em lojas físicas (R$ 31 mi), logística (R$ 10,9 mi) e outras iniciativas estratégicas. A companhia reforçou a solidez do ecossistema ao anunciar a inauguração da Galeria Magalu na Av. Paulista, em São Paulo, com mais de 4 mil m², marcando a materialização física do conceito omnichannel.
Além disso, o Magalu segue investindo em experiência multicanal, integrando marcas digitais como Netshoes e KaBuM! ao varejo físico, fortalecendo a presença em todos os canais e criando diferenciais competitivos para consumidores e fabricantes.
O Magazine Luiza (MGLU3) entregou um trimestre sólido em geração de caixa, disciplina operacional e consolidação do ecossistema, mas ainda sofre pressão nas margens líquidas pelo cenário macro e pelo custo do capital. O crescimento nas lojas físicas, ganho de eficiência e avanço logístico são sinais positivos, assim como o sucesso no braço financeiro. Para o investidor, o papel segue sendo uma das maiores apostas em omnichannel, tecnologia e diversificação de receitas do varejo brasileiro, mas exige acompanhamento atento da evolução da rentabilidade e do ambiente competitivo no e-commerce.