Kepler Weber acelera inovação, mantém lucro e avança no exterior no 2T25
Empresa do agro mostra resiliência em um semestre desafiador, reforça caixa, aposta em serviços e vê a Argentina crescer como alavanca internacional.

O segundo trimestre de 2025 confirmou a capacidade da Kepler Weber (B3: KEPL3) de atravessar ciclos turbulentos do agronegócio brasileiro mantendo solidez operacional, disciplina financeira e foco em inovação. Mesmo diante de retração em algumas frentes, a companhia mostrou avanços em segmentos estratégicos, ampliou base de clientes, fortaleceu o caixa e seguiu líder em soluções para armazenagem e pós-colheita na América Latina.
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Destaques operacionais e financeiros
- Receita líquida consolidada: R$ 311,1 milhões no 2T25, queda de 5,1% vs 2T24, mas crescimento em Agroindústrias (+9,2%) e Reposição & Serviços (+8,4%).
- Maior embarque em 10 anos: volume embarcado cresceu 4% no semestre sobre 2024.
- Lucro líquido: R$ 14,4 milhões no trimestre, margem de 4,6% (queda vs. 2T24, mas ainda positiva mesmo com pressão no setor).
- EBITDA: R$ 37,9 milhões no 2T25, margem de 12,2% (56% do EBITDA foi gerado em junho, mostrando retomada no ritmo de vendas e entregas).
- ROIC: 24,5% nos últimos 12 meses, mantendo patamar elevado para o setor.
- Backlog financeiro: crescimento de 13,8% em relação a 2024, sinalizando pipeline robusto para o segundo semestre.
Segmentos: Agroindústria cresce, internacionalização avança, serviços sustentam receita
- Agroindústrias: receita líquida de R$ 107,2 milhões (+9,2%), apoiada na diversificação de clientes, ampliação territorial e demanda por transformação industrial no campo.
- Reposição & Serviços: R$ 62,5 milhões (+8,4%), puxado por modernizações e por produtos como máquinas Seletron (receita cresceu 94% no segmento). A Procer contribuiu com R$ 10,7 milhões no trimestre.
- Negócios Internacionais: estabilidade na receita (R$ 30,9 milhões), com destaque para a Argentina, que respondeu por 30% das vendas contratadas no 1S25 e se consolida como segundo maior destino de exportação, principalmente em peças e elevadores.
- Fazendas: R$ 95,8 milhões (-7,5%), afetadas por juros altos e preços de commodities, mas com forte expansão na base de clientes (+32,9%).
- Portos & Terminais: queda de 60,8% (R$ 14,7 milhões), por base de comparação elevada em 2024, mas com avanço de margem bruta e diversificação de clientes.
Eficiência, inovação e caixa saudável
- Despesas gerais e administrativas: queda de 3% no 2T25 e 4,8% no semestre, mostrando disciplina de custos mesmo com inflação.
- Investimentos (CAPEX): R$ 20,8 milhões no trimestre (+expressivo sobre 2T24), focados em capacidade fabril, tecnologia (SAP S/4HANA), novos produtos (22% do total investido), sustentabilidade e cibersegurança.
- Fluxo de caixa: saldo positivo de R$ 356,8 milhões ao final do trimestre, mesmo após pagamento de R$ 70 milhões em dividendos. Caixa líquido de R$ 34,7 milhões em 30/06/25.
- Endividamento: perfil diversificado e alongado, com grande parte do passivo em contratos estratégicos e CPR.
Dividendos e performance acionária
- Dividendos obrigatórios pagos: R$ 18,5 milhões (R$ 0,1067/ação) + adicionais de R$ 51,5 milhões (R$ 0,2972/ação), total de R$ 70 milhões em abril/25.
- Payout: 175,2% sobre o lucro líquido do semestre.
- Ação KEPL3: liquidez média diária de R$ 12,2 milhões (alta de 15% em 1 ano). Queda de 6,5% no preço das ações no período, refletindo cenário macro desafiador, não fundamentos da empresa.
Estratégia, ESG e visão de futuro
A Kepler Weber celebrou 100 anos em 2025 com eventos institucionais, lançamentos de livro e webserie sobre sua história, além de ampliar projetos sociais que impactaram mais de 4.100 pessoas no trimestre.
O foco em inovação ficou evidente: 46% das receitas vieram de novos produtos ou versões, graças a investimentos em P&D e digitalização.
No ESG, a empresa avançou em gestão de resíduos, reutilização de efluentes, auditorias ambientais e treinamento contínuo em saúde e segurança, mantendo a certificação ISO 45001 e reforçando governança com comitês ativos.
Mesmo num semestre de resultados pressionados, a Kepler Weber (KEPL3) mantém resiliência operacional, sólida geração de caixa e investe pesado em inovação, o que é diferencial competitivo no agro brasileiro. O avanço do portfólio internacional, especialmente na Argentina, e o fortalecimento de receitas recorrentes sustentam a tese para quem busca exposição a agroindústria com visão de longo prazo. É preciso monitorar margens e ritmo de execução dos novos projetos, mas o pipeline robusto, o perfil financeiro saudável e o payout generoso seguem como pontos positivos, especialmente em um setor cíclico e sensível ao crédito.