Suzano entrega forte crescimento em vendas, EBITDA robusto e joint venture bilionária no 2T25

Volume de celulose sobe 28%, companhia anuncia lucro de R$ 5 bilhões, reforça disciplina financeira e fecha parceria global de R$ 9 bilhões com Kimberly-Clark


Suzano entrega forte crescimento em vendas, EBITDA robusto e joint venture bilionária no 2T25

A Suzano (B3: SUZB3 | NYSE: SUZ), uma das maiores produtoras globais de celulose e papel, apresentou resultados expressivos no segundo trimestre de 2025, marcando o período com avanço operacional, expansão internacional e desempenho financeiro robusto. O trimestre foi impulsionado pelo crescimento dos volumes vendidos, custos controlados, geração de caixa relevante e novos movimentos estratégicos de negócios.


Destaques operacionais e financeiros

  • Volume de vendas de celulose atingiu 3,269 milhões de toneladas (+28% vs. 2T24), refletindo forte demanda, sobretudo na Ásia e América do Norte.
  • Vendas de papel cresceram 24% no ano, alcançando 411 mil toneladas, com destaque para o mercado interno e início da operação da Suzano Packaging US.
  • EBITDA ajustado chegou a R$ 6,1 bilhões (+25% vs. 1T25), com margem EBITDA ajustada de 46%.
  • Lucro líquido totalizou R$ 5,01 bilhões no trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 3,7 bilhões de um ano antes.
  • Receita líquida consolidada foi de R$ 13,3 bilhões (+16% vs. 2T24), com 83% das vendas voltadas ao mercado externo.
  • Geração de caixa operacional atingiu R$ 4,1 bilhões, mesmo com cenário cambial e pressões de custos.
  • ROIC (retorno sobre capital investido) de 13,1% (+1,7 p.p. em 12 meses).
  • Dívida líquida/EBITDA ajustado caiu para 3,0x em reais e 3,1x em dólar.

Mercado internacional, preços e contexto do setor

O trimestre foi marcado pela pressão sobre os preços da celulose, especialmente na China, em razão de incertezas tarifárias dos EUA e ajuste do mercado após o “Liberation Day”. O preço líquido médio da celulose exportada ficou em US$ 555/t (-21% vs. 2T24), estável em relação ao 1T25, mas ainda pressionado no comparativo anual.

Apesar do cenário desafiador, a Suzano aproveitou o aumento da produção com a nova planta de Ribas do Rio Pardo (MS), ampliando a diluição de custos fixos e aumentando a exportação. No segmento de papel, houve crescimento das vendas no Brasil e alta de exportações, apesar das paradas de manutenção em operações nos EUA.


Custos sob controle e disciplina operacional

O custo caixa de produção da celulose sem paradas ficou em R$ 832/t, praticamente estável frente ao 2T24, com destaque para:

  • Menor custo fixo devido à maior produção,
  • Benefício do mix de fábricas,
  • Queda dos preços de alguns insumos,
  • Controle dos custos de madeira e logística.

O custo caixa do papel também recuou, contribuindo para o aumento do EBITDA ajustado nos dois segmentos.


Joint Venture bilionária com Kimberly-Clark

O trimestre foi marcado pelo anúncio de uma joint venture global com a Kimberly-Clark, em que a Suzano terá 51% do capital. O acordo, avaliado em US$ 1,7 bilhão, inclui 22 fábricas em 14 países (América do Sul, Central, Europa, Ásia, Oriente Médio e Oceania), totalizando capacidade de 1 milhão de toneladas/ano de produtos tissue, com comercialização em mais de 70 países. A conclusão da operação é esperada para meados de 2026, sujeita a aprovações regulatórias.


Gestão financeira, investimentos e posição de caixa

  • Dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 70,8 bilhões, com alavancagem sob controle e política de hedge cambial ativa, protegendo fluxos de caixa diante das oscilações do real e do dólar.
  • Investimentos: A Suzano revisou o capex projetado para 2025, elevando a estimativa de R$ 12,4 bi para R$ 13,3 bi, em função da compra de ativos biológicos (madeira em pé) da Eldorado por R$ 1,3 bilhão.
  • Projeto Cerrado: 98% do capex já foi desembolsado, restando R$ 400 milhões a serem pagos até o final do ano.

Resultados por segmento

  • Celulose:
    • EBITDA ajustado: R$ 5,38 bilhões (+26% vs. 1T25), com aumento de vendas e controle de custos.
    • Geração de caixa operacional: R$ 3,64 bilhões no trimestre.
  • Papel:
    • EBITDA ajustado: R$ 709 milhões (+16% vs. 1T25).
    • Vendas internas de papel: 235 mil t (+6% vs. 1T25).
    • Vendas externas de papel: 177 mil t (+5% vs. 1T25).

ESG, inovação e eventos recentes

  • Foco em sustentabilidade: Ampliação de práticas de gestão ambiental, manutenção de rating elevado e avanços em projetos de economia circular.
  • Permuta de ativos biológicos: Contrato com a Eldorado para aquisição de 18 milhões de m³ de madeira no MS, fortalecendo a estratégia de abastecimento próprio e mitigando riscos de oferta.
  • Operações com derivativos e hedge: Política de proteção cambial abrangeu 73% da exposição de 24 meses em fluxo de caixa, reduzindo volatilidade dos resultados financeiros.

Análise e visão para o mercado

O 2T25 consolidou a Suzano como protagonista mundial do setor, combinando crescimento operacional, disciplina de custos, expansão internacional e inovação em gestão. O cenário para os próximos trimestres segue desafiador, com margens ainda pressionadas por preços globais de celulose, mas a companhia demonstra robustez financeira, capacidade de adaptação e posicionamento para capturar oportunidades estratégicas – inclusive com a joint venture de tissue e investimentos em ativos florestais.


A Suzano encerra o trimestre com balanço sólido, geração de caixa robusta, novos marcos de expansão internacional e disciplina financeira, pronta para avançar em 2025 como referência global em celulose, papel e sustentabilidade industrial.

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