FIXX11: ETF brasileiro oferece exposição ao dólar com estratégia de renda extra

Lançado na B3, FIXX11 combina a segurança dos títulos do Tesouro dos EUA com ganhos adicionais pela venda de opções sobre o índice S&P 500.


FIXX11: ETF brasileiro oferece exposição ao dólar com estratégia de renda extra

Uma nova proposta de ETF para investidores conservadores

O mercado brasileiro de ETFs acaba de receber uma novidade que promete atrair o interesse de investidores que buscam segurança, rentabilidade em dólar e uma dose moderada de risco. Trata-se do FIXX11, fundo listado na B3 que segue a estratégia do ETF americano NEOS Enhanced Income 1-3 Month T-Bill (CSHI). O produto oferece exposição aos T-Bills — os tradicionais títulos de curto prazo emitidos pelo Tesouro norte-americano — e complementa essa base conservadora com uma operação de venda de opções de venda (puts) sobre o S&P 500, o principal índice da bolsa americana.

A lógica por trás dessa estrutura é combinar a estabilidade dos rendimentos dos T-Bills com a geração de renda adicional proporcionada pela venda de opções. Os prêmios obtidos nessas operações se somam à rentabilidade dos títulos, ampliando o retorno potencial do investidor. Caso o S&P 500 se mantenha acima do preço de exercício das opções vendidas, o fundo embolsa o prêmio integral; se o índice cair abaixo desse nível, o fundo pode ser obrigado a comprar ativos do índice, assumindo posição em ações.


Retornos esperados acima da renda fixa tradicional

A expectativa dos gestores é que o ETF consiga superar em cerca de 1,0% a 1,5% ao ano os retornos dos T-Bills. Esse ganho extra decorre exatamente da estratégia com opções, que embora aumente levemente a volatilidade do fundo, ainda se mantém dentro de um patamar considerado moderado. Desde sua criação em agosto de 2022, o ETF CSHI acumulou 16,4% de valorização, enquanto os T-Bills, isoladamente, entregaram 14,1% no mesmo período.

Mesmo assim, a estratégia não está livre de riscos. Em abril, por exemplo, quando o S&P 500 sofreu uma queda abrupta após declarações de Donald Trump sobre tarifas a produtos chineses, o desempenho do fundo foi negativamente afetado. Porém, com a retomada do mercado nos meses seguintes, o ETF voltou a apresentar performance positiva, demonstrando resiliência.


Investimento acessível e tributação simplificada

O FIXX11 foi estruturado para ser facilmente acessado por investidores brasileiros. Ele possui cotas negociadas em reais na B3, com preço médio ao redor de R$ 100, permitindo aportes fracionados e diários. A taxa de administração global é de 0,38% ao ano, considerada competitiva em comparação com outros ETFs internacionais. Todos os rendimentos gerados — inclusive os prêmios de opções — são reinvestidos automaticamente no próprio fundo, não havendo distribuição de dividendos.

Do ponto de vista fiscal, o fundo segue a regra padrão para ETFs no Brasil: o Imposto de Renda é de 15% sobre o ganho de capital apurado no momento da venda das cotas, independentemente do prazo da aplicação. Isso garante maior simplicidade e previsibilidade para quem investe.


Uma forma estratégica de dolarizar a carteira

Com a taxa básica de juros dos Estados Unidos (Fed Funds) ainda elevada — oscilando entre 4,25% e 4,50% ao ano — e a expectativa de que cortes só ocorram se houver sinais claros de desaceleração econômica, o cenário continua favorável para fundos atrelados a T-Bills. Além disso, o FIXX11 oferece exposição cambial ao dólar, o que pode beneficiar o investidor brasileiro em momentos de desvalorização do real.

A venda semanal de opções é feita sobre o S&P 500 e sempre fora do dinheiro (ou seja, com preço de exercício abaixo do valor atual do índice), o que reduz o risco de exercício imediato. Essa operação é reavaliada semanalmente, garantindo agilidade na adaptação do fundo às condições de mercado. Esse rebalanceamento constante também contribui para a manutenção do risco em níveis controlados.


Perfil de investidor e perspectivas de uso

O FIXX11 é indicado para investidores que buscam diversificação internacional com foco em proteção e ganhos consistentes. É especialmente útil para quem quer dolarizar parte da carteira sem se expor diretamente às oscilações das bolsas americanas. Ainda que envolva operações com derivativos, a estratégia é construída para privilegiar a preservação de capital e a geração de receita passiva em moeda forte.

Alguns analistas ainda preferem observar o desempenho do fundo por mais tempo antes de incluí-lo em carteiras recomendadas. Porém, como alternativa ao dólar ou aos fundos cambiais tradicionais, o FIXX11 oferece uma proposta interessante: aliar segurança dos títulos do governo americano com um componente de valorização atrelado ao mercado de ações, sem exigir uma gestão ativa por parte do investidor.

⚠️ Este conteúdo possui caráter informativo e não constitui recomendação de compra ou venda de ativos. Antes de investir, avalie seu perfil de risco e consulte um profissional certificado.

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