TIM (TIMS3): crescimento consistente, mas espaço para valorização parece mais limitado

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Após um forte rali de 37% no ano, as ações da TIM (TIMS3) se aproximaram do preço-alvo de R$ 21,00 estabelecido pela XP Investimentos, levando a corretora a revisar sua recomendação de “compra” para “neutra”. A decisão não indica uma deterioração nos fundamentos da companhia, mas reflete uma combinação entre valorização acelerada dos papéis e um cenário macro e setorial mais desafiador.

TIMS3

Resultados sólidos no 1º trimestre de 2025

No primeiro trimestre de 2025, a TIM apresentou resultados consistentes, em linha com as expectativas. A empresa conseguiu expandir margens e gerar um fluxo de caixa robusto — um feito notável para um primeiro trimestre, tradicionalmente mais fraco.

O crescimento da receita de serviços móveis (MSR) segue em torno de 5%, acima da inflação em anos anteriores, mas com sinais de desaceleração futura. Um ponto de atenção é a queda nas receitas do segmento pré-pago, que representou 22% da MSR no 1T25 e vem apresentando retração contínua, puxada pela menor frequência de recargas.

Inflação e concorrência colocam pressão nos próximos trimestres

Apesar do desempenho financeiro positivo, a XP aponta desafios à frente. A inflação elevada esperada para 2025 pressiona a expansão das margens, especialmente em uma operadora com alta exposição ao segmento pré-pago, mais sensível a preços.

Além disso, o avanço de novos players, como o Nubank — que entrou no setor com planos móveis via eSIM em parceria com a Claro — pode trazer nova dinâmica competitiva ao setor. A chegada de um SIM físico por parte do Nubank, somada à sua estratégia de preços agressiva e pacotes com dados adicionais, tem potencial de capturar fatia relevante de usuários de entrada, justamente onde a TIM é mais exposta.

Setor já colheu os frutos da consolidação

Nos últimos anos, o setor de telecomunicações passou por uma transformação estrutural com a consolidação entre as operadoras. A TIM foi uma das maiores beneficiadas, tanto pela incorporação de ativos quanto pela racionalidade competitiva que emergiu no novo cenário. O aumento das distribuições de dividendos e a melhora na geração de caixa corroboram essa visão.

No entanto, segundo a XP, dificilmente o setor passará por nova reprecificação estrutural no curto prazo. Com um mercado já mais maduro e pressões concorrenciais latentes, o espaço para expansão acelerada parece mais restrito.

Fundamentos seguem saudáveis

Mesmo diante desse cenário de cautela, a TIM continua apresentando fundamentos sólidos. A projeção da XP é de uma receita líquida de R$ 26,7 bilhões em 2025, com margem EBITDA de 50,3% e lucro líquido estimado em R$ 3,74 bilhões — o que representa uma margem líquida de 14%.

A alavancagem segue controlada, com dívida líquida equivalente a apenas 0,7x o EBITDA estimado para 2025. O dividend yield projetado é atrativo: 9,5% para o ano.

Potenciais surpresas positivas

O relatório também destaca que há espaço para surpresas positivas. Se a empresa for bem-sucedida em iniciativas de eficiência operacional — como renegociação de contratos de leasing, redução de capex e digitalização de processos —, pode haver revisões positivas nas estimativas. Um crescimento do EBITDA no topo do guidance (8% ao ano até 2027) poderia elevar o preço-alvo em mais de 10%.

Comparativo com a concorrência: Vivo ganha preferência

No comparativo com outras empresas do setor, a XP demonstrou preferência pela Vivo (VIVT3). A operadora tem uma base maior de clientes pós-pagos, menos exposta à inflação, além de receitas mais diversificadas — com forte presença em fibra e serviços digitais. A avaliação é que o portfólio da Vivo é mais defensivo e com maior capacidade de sustentar crescimento em um cenário macroeconômico mais incerto.

Conclusão

A TIM segue como uma empresa bem gerida, com forte geração de caixa, margens saudáveis e uma política de dividendos generosa. No entanto, os desafios futuros — inflação, concorrência emergente e limites para nova valorização — justificam uma postura mais conservadora quanto ao seu desempenho em Bolsa nos próximos trimestres.

A história da TIM até aqui é de transformação e execução eficiente. A questão que se impõe agora é: com o setor amadurecido e novas pressões no horizonte, haverá fôlego para uma nova etapa de crescimento?

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